Dos palcos piauienses para o Rio de Janeiro e para o mundo. É com essa proposta que a maior casa de espetáculos do PiauÃ, o Teatro 4 de Setembro, receberá o espetáculo Itararé: A República dos Desvalidos. A peça será estreada no dia 29 de janeiro e ficará em cartaz até 1º de fevereiro. Logo depois, o elenco viaja para o Rio de Janeiro para estrelar o espetáculo em março, no Teatro Princesa Isabel.
Escrito por José Afonso de Araújo Lima e encenado pelo Grupo de Teatro Pesquisa (GRUTEPE), A República dos Desvalidos ganha sua terceira montagem, abordando temas mais gerais e abrangentes. Na visão do autor, a peça ficou mais “compactaâ€, além de incluir humor e ironia refinada com a direção de Arimatan Martins.
Martins comenta que fazer o espetáculo é um desafio, sobretudo por já estar em sua terceira releitura. “Trabalhar um texto que já foi montado, sucesso de público e de crÃtica não é fácil, pois é uma peça premiada e que, inclusive, inspirou o Grupo Harém de Teatro a fazer Raimunda Pintoâ€, diz.
O enredo do espetáculo traz a história de um grupo de desvalidos que não tem onde morar. A peça acaba sendo um musical dos desvalidos. Com o espetáculo, a proposta é buscar uma discussão da questão polÃtica habitacional brasileira. “Trata-se de uma montagem polÃtica, um elogio à cultura popular, antropofágica, que mistura a lenda do Cabeça de Cuia com o Lagos dos Cisnes, a rumba com o carnaval. É um retrato do Brasilâ€, resume Arimatan.
Mesmo quem já viu as duas primeiras montagens do espetáculo poderá se surpreender com “A República dos desvalidosâ€. Isso porque, o texto inicial recebeu aspectos lúdicos e de sátiras, com leveza poética. “Tratamos de um tema bem forte e presente na sociedade com uma leveza poéticaâ€, destaca o diretor, lembrando que a preparação do grupo tem sido intensa porque, além de encenar, os atores cantam e dançam.
A República dos Desvalidos tem o incentivo do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura (SIEC) e a proposta é levar o trabalho para outras cidades, dentro e fora do PiauÃ. Na equipe do espetáculo, além de Arimatan na direção, Emanuel de Andrade faz toda a parte de cenografia. Fernando Freitas faz o trabalho de corpo, a cantora Gislene Daniele trabalha a voz e os adereços são de Wilson Costa.
Ainda no espetáculo, Aurélio Melo faz a direção musical junto com o autor Afonso Lima, que fez uma opção por um repertório mais popular. José Dantas e Jocione Borges são responsáveis pelo som, a iluminação é de Assaà Campelo e Pablo Erickson, a programação visual é de Paulo Moura.
A peça tem no elenco os atores Fábio Costa, Vera Leite, Lari Sales, Eliomar Filho, Marcel Julian, Edith Rosa, Bid Lima e ainda a participação dos músicos Aurélio Melo, Paulo Aquino, Gustavo Baião, Wilker Marques, Gilson Fernandes.